quarta-feira, 14 de novembro de 2007

A Diferença: RMS X PMPO

RMS X PMPO

Ao contrário do que muitos dizem por aí, não existe nenhuma fórmula capaz de transformar Watts RMS em Watts PMPO. RMS (Root Mean Square) é a potencia máxima que um equipamento pode gerar com baixo nível de distorção e em toda a gama audível Hi-Fi (20Hz a 20Khz), por tempo indeterminado. PMPO (Power Music Pic Output) é a potencia de pico do aparelho, ou seja, aquela que será gerada com o volume no máximo e, em conseqüência, com altíssimo nível de distorção e muito próxima dos limites de desempenho e confiabilidade/durabilidade do aparelho, podendo ser utilizadas apenas por breves períodos antes que se tenha danos irreversíveis aos amplificadores ou caixas.

Dependendo do projeto do amplificador, a potencia em RMS pode variar de 1 a 10 vezes a potência em PMPO, sendo possíveis discrepâncias até maiores do que essas. Portanto, potência é sempre a mesma coisa (Watts), diferenciando apenas nas condições em que foi medida.

A recomendação do Inmetro é que o consumidor que for comprar auto-falantes para carro e estiver preocupado em saber a potência real do equipamento deve guiar-se somente pela medida RMS, sem considerar a PMPO, embora a segunda esteja em destaque nas embalagens.

O problema, segundo o Inmetro, é que, em canto a RMS (também conhecida como watt/RMS) tem critérios de medição e normalização uniforme, a potência PMPO pode ser obtida de acordo com critérios diferentes por parte de cada fabricante.

Enquanto a RMS é medida da mesma forma tento no Brasil como na Alemanha, EUA ou Japão, a PMPO pode diferir entre os próprios fabricantes de cada um desse países, Aqui, a RMS está regularmente na ABNT, norma 5.308. Em relação a PMPO, não existe registro.

Um exemplo da falta de critérios é sentido no mercado nacional. Quando a PMPO surgiu, as empresas reuniram-se e, em um acordo de cavalheiros, decidiu estabelecer o coeficiente de multiplicação, responsável pela obtenção da medida final, em 3,5. Porém passados alguns messes,começaram as discordâncias. Aproveitando-se da falta de uma regulamentação, algumas empresas do setor resolveram modificar por conta própria o coeficiente. E, exatamente pela inexistência de critérios sobre essa potência, não é possível saber quem está com a razão>

A diferença entre potência PMPO induz o consumidor ao erro. “ O resultado de tanta enganação em relação a PMPO é que a sigla passou a ser chamada no mercado de Potência Máxima Para Otário”, diz o gerente-técnico e Comercial da Bravox, Reinaldo Barros.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Tira-Dúvidas: Memorias...

Conheça e saiba usar a memória virtual
A memória virtual é criada e gerenciada pelo seu sistema operacional — todos os principais sistemas existentes no mercado fazem uso dela. O Windows, por exemplo, cria o chamado arquivo de paginação na raiz da unidade C:\ chamado pagefile.sys, enquanto o Linux reserva uma partição (unidade lógica) especialmente para a memória virtual.

Essa alternativa serve como uma extensão da memória RAM. Ela é utilizada quando todo o espaço da RAM é usado pelo sistema operacional, evitando assim que o computador trave. Mas lembre-se: quanto maior a memória virtual, menos espaço você terá no seu disco rígido (HD). Se ele for pequeno e você tiver muitos arquivos, pode até ficar com o HD lotado. Quanto mais dados estiverem na memória virtual e quanto mais o processador acessá-lo, mais lento seu PC vai ficar.

Na figura acima, está ilustrada em uma ordem gradual a velocidade de acesso aos tipos de memória do seu PC. Note que a memória virtual é a mais lenta. Quando o processador precisa ler ou gravar uma informação na memória virtual, leva muito mais tempo para acessá-la do que para acessar qualquer outra alternativa.

Manipulação:

Essa opção de gerenciamento atende à grande maioria das pessoas que não faz um uso mais radical do computador. Porém, para quem usa programas mais pesados e tem o hábito (ruim) de manter um monte de programas abertos ao mesmo tempo, é interessante saber como manipular a memória virtual.

Se você alocar pouco espaço, receberá mensagens de erro como “Memória Virtual Baixa”. O tamanho máximo que eu recomendo é duas vezes sua quantidade de memória RAM (se você tem 512 MB de memória RAM, coloque a memória virtual com 1.024 MB, por exemplo).

Definir o limite máximo igual ao mínimo

Existe uma vantagem em fazer isso, pois no caso do Windows o arquivo de paginação é criado no tamanho mínimo e, caso você precise de mais, o sistema operacional aumenta o arquivo até o limite máximo. Durante esse processo, o desempenho do computador é comprometido, assim como acontece quando o arquivo é reduzido.

Divida o trabalho

Um outro fator que influencia o desempenho da memória virtual é o local do arquivo de paginação (aquele criado pelo Windows). Se o seu sistema possui vários discos rígidos físicos, você pode dividir o trabalho entre eles fazendo paginações menores em cada disco.

Essa simples modificação acelerará significativamente qualquer sistema que faz um uso demasiado da memória virtual. Na imagem ao lado, você pode ver a parte de Unidades — no caso da imagem, o arquivo de memória virtual está apenas na unidade C:, mas clicando na outra unidade é possível ativar um outro arquivo de memória virtual.

Se o computador estiver muito lento e usando a memória virtual com muita freqüência, chegou a hora de investir em mais memória. O acréscimo de mais RAM impacta muito no funcionamento do PC, deixando-o sensivelmente mais rápido. Se você quiser ver o consumo de memória do seu computador, deve abrir o gerenciador de tarefas pressionando as teclas CTRL+SHIFT+ESC, e clicar na aba “Desempenho”.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Tira-Dúvidas: Processadores...

Conheça o cérebro do seu computador


O que é o processador?

O processador é o cérebro de seu computador, seja um desktop, um servidor, ou um notebook. Independentemente da marca e modelo, todos fazem praticamente a mesma coisa e de maneira bastante semelhante.
Eles basicamente executam cálculos, operações lógicas, algébricas e matemáticas. São responsáveis por tomar decisões e executar novos processos com base nelas. Todas as operações são executadas em uma linguagem própria do processador, conhecida como linguagem de máquina, e basicamente ele só entende dados binários (zeros e uns).


O que são os Gigahertz do processador?

Os hertz são usados como unidade de medida para os ciclos por segundo de processamento do computador. O ciclo é constituído pela entrada do dado no processador e sua execução.
Os computadores atuais têm cerca de 3.0 Ghz de clock por núcleo (vou falar sobre os núcleos mais abaixo). Isso significa que o computador tem a capacidade de executar 3 bilhões de ciclos de processamento. É bastante coisa, não?

Hoje é normal ouvir que o processador possui núcleo duplo de 64 bits. O que são esses 64 bits?

Esse número indica o tamanho do dado que os processadores conseguem ler a cada ciclo. Porém, o dado enviado a ele não precisa ter necessariamente os 64 bits: ele pode e muitas vezes tem menos do que isso. O ideal é que o sistema operacional utilize toda a capacidade do processador, para que você tenha respostas mais rápidas. O controle do tamanho dos dados enviados ao processador é feito pelo seu sistema operacional.

O que é núcleo?

Até alguns anos atrás, os processadores possuíam um único núcleo, que é a parte responsável por efetivamente executar o processamento. Com a evolução tecnológica, foi possível incluir em um mesmo processador mais de um núcleo, aumentando assim seu desempenho. Hoje os fabricantes — tanto AMD como Intel — já trabalham com processadores com quatro ou mais núcleos. Porém, os mais vendidos ainda são os de núcleo duplo. O custo de um quad-core (quatro núcleos) ainda é alto, mas a tendência é se tornar o padrão no mercado.



Ao comprar um computador novo, que processador devo escolher?

Atualmente existem muitos processadores bons para você escolher: as famílias dos dois principais fabricantes (AMD e Intel) estão cada vez mais extensas. A partir de agora, acredito que as novas aplicações seguirão dois caminhos: ficarão mais pesadas, dado o real aumento na capacidade de processamento (com múltiplos núcleos), e irão explorar o poder dos 64 bits. Por isso, independentemente da marca escolhida, procure adquirir um processador de núcleo duplo de 64 bits. Claro que ainda existe uma diferença substancial de preço entre os processadores de núcleo simples para os de dois núcleos, porém a diferença no preço final da máquina não será tão maior assim.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

'Sobrevivendo no inferno', dos Racionais MC's, completa dez anos

Disco colocou grupo e cenário hip hop em evidência para o grande público. "Diário de um detento" foi a música mais tocada do álbum.






O ano de 1997 já estava chegando ao final. São Paulo e o Brasil ainda amargavam títulos como o terceiro maior índice de homicídios das Américas e uma taxa de desemprego entre jovens da periferia que passava dos 30%. Um habitante do bairro paulistano do Capão Redondo chegava a ter 12 vezes mais chances de ser assassinado do que um morador de outra parte da cidade. Um cenário não muito diferente do que já existia há um bom tempo, mas, em novembro daquele ano, pessoas distantes desse universo se dirigiram para o lado mais concreto desses números. A razão disso está, quase literalmente, numa explosão: de uma hora para outra, milhões se voltaram para um registro chamado "Sobrevivendo no inferno", dos Racionais MC's.Já fazia quase dez anos que o maior nome do hip hop no Brasil existia. Esse já era o terceiro disco da carreira, e o grupo, idolatrado na periferia de São Paulo há alguns anos, mas, de repente, mídia, acadêmicos, músicos, gente bem-nascida e desavisados descobriram o que Mano Brown, Edy Rock, Ice Blue e KL Jay tinham para dizer.
Foi preciso o fenômeno de 200 mil discos vendidos em apenas um mês (um número que mais tarde ultrapassaria a barreira de 1 milhão) para ganharem evidência as letras sobre a rotina de violência em bairros pobres da zona sul de São Paulo, vinda da polícia ou do caminho do crime escolhido por alguns jovens dessa região.
Não havia uma embalagem bem-feita ou faixas que trariam conforto e alegria ao ouvinte, com intuito de arranjar um espaço no mercado musical de então. A capa, o título e os climas das músicas mostravam um relato sombrio da vida na periferia paulistana.

"Minha palavra vale um tiro / eu tenho muita munição / Na "queta" ou na ascensão / minha atitude vai além / e tem disposição / pro mal e pro bem / talvez eu seja um sádico / ou um anjo ou um mágico / ou juiz ou réu / um bandido do céu", cantava Mano Brown, entre coros de "aleluia" em "Capítulo 4, versículo 3", a faixa de "Sobrevivendo no inferno" em que os Racionais, de fato, começavam a disparar o seu discurso.

Logo, o grupo trazia épicos como "Tô ouvindo alguém me chamar", com mais de 11 minutos de duração e sua narração em primeira pessoa a respeito de um homem que questiona sua vida no mundo do crime. "Agora é tarde / eu já não podia mais parar com tudo / nem tentar voltar atrás / mas no fundo, mano, eu sabia / que essa porra ia zoar a minha vida / me olhei no espelho e não reconheci / estava enloquecendo / não podia mais dormir."
A música, no entanto, que fisgou quem ainda não tinha parado para escutar os Racionais foi "Diário de um detento". Co-escrita por Josemir Prado, o Jocenir, um ex-detento do Complexo do Carandiru, a faixa conta os dias que antecederam e o próprio momento do massacre dos 111 presos, na época completados cinco anos do ocorrido, sem deixar espaço para o evento entrar em processo de esquecimento. Jocenir depois escreveria um livro sobre a experiência na cadeia. A base climática e o clima de suspense por trás da narração de Mano Brown em mais de sete minutos de música se tornaram onipresentes em boa parte de 1998 (quando o disco realmente estourou). Mesmo com o sucesso no "mainstream", a periferia abraçou ainda mais os Racionais, e a coisa mais comum era um carro passar com "Diário de um detento" no último volume.
  • Conhecimentos musicais
No auge da onda, o grupo colocou à prova até os conhecimentos musicais de ouvintes. O grupo começava o álbum com a letra de "Jorge da Capadócia", de Jorge Ben, sobre a base de "Ike's rap II", da lenda do soul e do funk Isaac Hayes. Jornalistas descolados falavam de boca cheia que os Racionais estavam, vejam só, sampleando o sofisticado e novíssimo grupo inglês Portishead - que, na verdade, só havia usado a mesma "Ike's rap II" em "Glory box".
No resto do disco, KL Jay e o grupo mostraram sua competência em combinar discurso com atmosferas, ao usar passagens brilhantes da música black dos anos 70, com nomes clássicos como War, Edwin Starr (sua "Easin' in" serviu para dar o clima de "Diário de um detento"), Isley Brothers e Curtis Mayfield. Foi após "Sobrevivendo no inferno" que definitivamente os Racionais ganharam exposição. Tocaram em rádios que não dedicavam espaço ao hip hop. Fizeram videoclipe e entraram na parada dos mais vistos da MTV (cuja festa de premiação foi protagonizada pelo grupo, em uma "cena" com Carlinhos Brown). Medalhões da MPB como Caetano Veloso e Chico Buarque discutiram o "fenômeno Racionais". O mercado descobriu que havia um cenário de hip hop brasileiro e a cultura dos manos. Hoje Mano Brown pode dizer que "não tem mais um discurso", como revelado em sua recente entrevista ao "Roda viva" da TV Cultura, mas com "Sobrevivendo no inferno" ele e o grupo deixaram sua marca como uma das mais cortantes visões do cotidiano brasileiro.

Faixas do álbum
1. "Jorge da Capadócia" (Mano Brown) - 2' 48
2. "Genesis (Intro)" (Mano Brown) - 0' 23
3. "Capítulo 4, versículo 3" (Mano Brown) - 8' 09
4. "Tô ouvindo alguém me chamar" (Mano Brown) - 11' 09
5. "Rapaz comum" (Edy Rock) - 6' 25
6. " ..." (Edy Rock) - 2' 33
7. "Diário de um detento" (Mano Brown / Jocenir) - 7'31
8. "Periferia é periferia (em qualquer lugar)" (Edy Rock) - 6' 01
9. "Qual mentira vou acreditar" (Mano Brown / Edy Rock) - 7' 42
10. "Mágico de Oz" (Edy Rock) - 7' 38
11. "Fórmula mágica da paz" (Mano Brown) - 10' 40
12. "Salve" (Mano Brown / Ice Blue) - 2' 15

Lançado pela gravadora Cosa Nostra, produzido pelos Racionais MC's
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